
Foto: Teotônio Roque
Sinais de trabalho de parto
Certos sinais indicam que o trabalho de parto está começando:
- Perda do tampão, que é uma espécie de muco elástico que fecha a abertura do útero e o protege contra bactérias e fungos. Às vezes, a perda do tampão pode acontecer dias antes do trabalho de parto se iniciar realmente;
- Dor que começa nas costas e vai para a parte baixa da barriga;
- Contrações, que começam lentamente — a barriga fica dura por mais ou menos 30 segundos e depois relaxa. Essas contrações costumam vir de meia em meia hora.
A família deve programar a ida para o hospital conforme a distância de sua casa ao hospital. Se for bem próximo, pode-se esperar até que as contrações aconteçam em intervalo de 10 em 10 minutos.
ATENÇÃO: Caso a gestante não sinta cólica, mas comece a eliminar grande quantidade de água — a ponto de lhe escorrer pelas pernas — é sinal de que a bolsa de água que envolve o bebê se rompeu. É preciso ir logo para o hospital.Sinais de trabalho de parto
Saiba mais: Plano de parto
Foto: Oriol Martinez
O parto
O nascimento de uma criança é a celebração da vida e da esperança. Um milagre de Deus se realizou. Tudo deve ser feito para que a vinda do bebê seja natural, com quase nenhum risco e sofrimento para a mãe e para ele.
Num parto bem assistido, mãe e bebê são tratados com respeito, carinho e atenção. São atendidos em locais com boas condições de higiene e por profissionais de saúde capacitados para prevenir ou resolver os problemas que possam aparecer.
Se possível, é bom que o pai esteja presente na hora do parto e logo após o nascimento. Isso mostra o compromisso dele com o bebê e ajuda na ligação entre eles.
A Lei no 11.108, de 7 de abril de 2005, estabelece que os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde – SUS – da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à gestante, de um acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. Esse acompanhante é indicado pela gestante. A presença de acompanhante só não é permitida em caso de parto de alto risco.
Saiba mais: Parto natural, normal ou cesárea: entenda as diferenças e recomendações

Arquivos da Pastoral da Criança
Observando o bebê recém-nascido
Quando nasce, a pele do bebê é lisa e coberta por uma camada de gordura que o protegia dentro do útero. Alguns bebês têm pelos fininhos e longos nas costas, orelhas e rosto. Em geral, dentro de uma semana eles desaparecem.
O bebê pode ter pontinhos no nariz, que se parecem com pequenas espinhas. Esses pontinhos nunca devem ser espremidos, pois podem inflamar. Dentro de um ou dois meses eles desaparecerão.
A cabeça do bebê é grande em relação ao corpo. Os ossos da cabeça ainda não estão colados, por isso o bebê tem a moleira.

Teotônio Roque
Alguns bebês podem nascer com esses ossos uns sobre os outros. Isso é normal e ocorre para facilitar a passagem da cabeça do bebê no canal de parto. Não é necessário usar toucas para proteger a moleira. Ela vai se fechando conforme o bebê cresce.
No parto normal, o bebê pode nascer com certo inchaço no couro cabeludo. Isso acontece pela pressão que a cabeça do bebê faz para dilatar o colo do útero. Em alguns dias a cabecinha do bebê volta à sua forma normal.
O bebê pode ainda nascer com o rosto inchado, com marcas ou manchas. Alguns bebês podem ter uma mancha na região das nádegas, que também desaparecerá com o tempo.
Tanto meninos como meninas podem nascer com as mamas inchadas. Isso acontece pela passagem do hormônio da mãe para o corpo do bebê pelo cordão umbilical. As mamas não devem ser espremidas. Pode-se machucar o bebê e causar inflamação. Aos poucos esse inchaço desaparecerá.

Katiuscia Dier Francisco
A barriga do bebê é alta e grande. Quando ele respira, sua barriga sobe e desce. O cordão umbilical é grosso, esbranquiçado e úmido. Os braços e pernas do bebê são curtos em relação ao corpo.
Os meninos podem nascer com o escroto (saquinho) grande e cheio de líquido, o que tende a diminuir nos primeiros meses. Também podem nascer com o escroto (saquinho) murcho, pois os testículos ainda não desceram da barriga.
As meninas podem nascer com as partes íntimas (grandes lábios) inchadas e apresentar um pouco de corrimento esbranquiçado ou até mesmo um pequeno sangramento escuro, que sai pela vagina. Isso também acontece pela passagem de hormônio pelo cordão umbilical. A mãe não precisa se preocupar, pois isso desaparece em poucos dias.
Aleitamento materno: colostro
Quando o bebê é colocado para mamar logo depois que nasce, o leite desce mais cedo e a ligação entre a mãe e o bebê fica mais forte. Também ajuda na saída da placenta, a mãe perde menos sangue e o útero volta mais rapidamente ao tamanho normal. Portanto, amamentar é bom para o bebê e também para a mãe.
A amamentação é um ato que precisa ser aprendido pela mãe e pelo bebê. Por isso é importante a mãe saber que pode precisar da ajuda dos profissionais de saúde para amamentar. Todo apoio para promover a amamentação é abençoado!
A mãe deve amamentar somente o seu bebê. Ela nunca deve dar seu bebê para que outra mãe amamente. Algumas doenças podem passar para o bebê pelo leite materno.
Nos primeiros dias, o bebê mama o colostro, que é um leite transparente-amarelado, mais grosso, rico em proteínas, vitaminas e sais minerais e contém defesas (anticorpos) contra certas doenças. Além de ser fonte de saúde, o colostro auxilia na eliminação das primeiras fezes do bebê. Essas fezes são chamadas de mecônio e são escuras e grudentas como piche de asfalto.
No primeiro e segundo dias após o parto é possível que o colostro demore a descer, mas isso varia de mulher para mulher. É importante falar para a mãe ter paciência e continuar colocando o bebê para mamar, para que ele possa estimular a saída do leite.
É normal que o bebê perca um pouco de peso logo após o nascimento. Isso, porque ele nasce inchado e perde água. Depois, mamando, seu peso vai aumentar.
Algumas mulheres, entre o segundo e quinto dia após o parto, sentem as mamas mais pesadas, um pouco doloridas e ligeiramente quentes. Isso é normal. O importante é a mãe continuar amamentando, com o bebê fazendo boa pega. Assim o desconforto passa e a amamentação segue bem.
Saiba mais: Aleitamento materno - um ato de amor

Pedro Serápio
O bebê com baixo peso
Alguns bebês podem nascer com peso abaixo de dois quilos e meio (2.500g). Eles precisam ficar internados no hospital por mais tempo para receber cuidados especiais. O ideal seria que a mãe pudesse ficar junto de seu bebê durante essa fase. Se não, ela e o pai devem visitá-lo sempre que possível.
Nessas oportunidades, é importante amamentar o bebê e deixar o corpo dele junto do corpo da mãe, para que se mantenha quentinho e sinta como se ainda estivesse dentro da barriga, recebendo o estímulo na pele, sentindo o cheiro e os movimentos da mãe. O pai também pode ficar com o bebê junto do seu corpo para ir reforçando a ligação dos dois e ajudar a mãe.
O bebê com baixo peso deve mamar mais vezes ao dia e à noite também. Se dormir por mais de três horas seguidas, deve ser acordado delicadamente para mamar. Assim o bebê ganha peso mais rapidamente.
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Caderneta (Cartão) de Saúde
Ao nascer, toda criança tem o direito de receber, no hospital e de graça, a Caderneta (Cartão) de Saúde da Criança. Nela são anotados os seguintes dados para o acompanhamento da criança:
- Condições de nascimento;
- Acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento;
- Vacinas;
- Doenças que a criança teve.
Cada criança deve ter apenas uma Caderneta de Saúde. Ela deve ficar com os pais, para que eles acompanhem o desenvolvimento de sua criança. É um documento importante, por isso é preciso orientar a família para que cuide bem dele.
Vacinas
O bebê nasce com poucas defesas contra algumas doenças, por isso ele precisa da proteção de vacinas. A vacinação é muito importante, e é responsabilidade do pai e a mãe levar o seu bebê para vacinar.
Na Caderneta de Saúde da Criança os pais encontrarão o calendário de vacinação. Pode haver pequenas diferenças pela introdução de novas vacinas ou por doenças específicas da região onde vivem, por isso a família deve procurar o serviço de saúde local e se informar sobre o calendário adotado na região.
Algumas doenças prevenidas por vacinas são:
- Tuberculose - é uma infecção que afeta principalmente os pulmões e pode ser transmitida de pessoa a pessoa.
- Hepatite - é uma inflamação do fígado causada por vírus. A hepatite A é mais comum e menos grave do que a hepatite B.
- Poliomielite (paralisia infantil) - é uma doença causada por vírus que pode afetar os nervos e levar à paralisia parcial ou total.
Saiba mais: Informações sobre vacinas e doenças que elas evitam.
Sinais de perigo para o bebê recém-nascido
Logo que nascem, alguns bebês podem apresentar problemas de saúde que, se forem descobertos a tempo, evitam sofrimento para todos.
Saiba mais: Vacinação
ATENÇÃO: Ainda na maternidade, a mãe deve pedir ajuda se o bebê apresentar algum destes sinais:
- Recusar a alimentação;
- Não fazer cocô (evacuar);
- Buraquinho do ânus fechado;
- Baixa temperatura do corpo;
- Não urinar;
- Febre;
- Muita salivação;
- Lábios, pés e mãos arroxeados;
- Dificuldade para respirar;
- Barriga estufada;
- Coloração da pele muito amarelada (icterícia);
- Ficar muito largadinho.
O teste do pezinho
O teste do pezinho é feito com gotas de sangue colhidas do calcanhar do recém-nascido, a partir do terceiro dia de vida e após ter sido amamentado. O ideal é que a coleta seja feita entre o terceiro e o quinto dia de vida.
O teste do pezinho descobre doenças que, quando tratadas cedo, evitam problemas graves para o bebê. Se não foi feita a coleta do teste do pezinho no hospital, encaminhe a mãe para fazer o teste no posto de saúde.
Declaração de Nascido Vivo
A Declaração de Nascido Vivo é um documento entregue pelo hospital e que contém os dados dos pais e do bebê. Com essa declaração e um documento de identificação pessoal, o pai ou a mãe ou uma pessoa da família maior de idade deve registrar o nascimento no cartório e tirar a Certidão de Nascimento. Pela lei nº 9.534, de 10/12/1997, a família tem direito de fazer o registro e tirar a Certidão de Nascimento de graça.
Saiba mais: Registro de Nascimento
A mãe que contribui com a Previdência Social, seja como autônoma ou porque trabalha com carteira assinada, tem direito à Licença Maternidade. Essa licença é de 120 dias, contados a partir do afastamento do serviço, e serve para que ela possa se recuperar do parto, amamentar e cuidar bem de seu bebê.
O pai que trabalha com carteira assinada tem direito a cinco dias de licença após o nascimento do bebê. Assim, tem tempo para fazer o registro de nascimento, ajudar a mulher nos primeiros cuidados com o bebê e apoiá-la no início da amamentação.
O pós-parto
O período logo após o parto (pós-parto) chama-se puerpério ou resguardo e dura cerca de 40 dias.
Saiba mais: Dicas para o período do resguardo